sábado, 4 de fevereiro de 2012

A humanidade, o Brasil e o meio ambiente

Os humanos compõem uma sociedade, o que significaria um grupo de indivíduos semelhante que cooperam entre si. Mas não é bem isso que acontece, a humanidade não respeita sua espécie nem o seu lar. Os recursos naturais são utilizados sem a preocupação de preservação do meio ambiente e esse quadro se agrava a cada ano devido ao modelo econômico em que estamos inseridos e o crescimento demográfico que gera problemas com abastecimento de água, habitação, poluição das águas, dos solos e do ar.


Hoje a humanidade já compreende 7 bilhões de indivíduos e para alimentar essa quantidade de pessoas é inevitável o crescimento da produção agrícola. No entanto, quer na sua forma mais moderna, utilizando alta tecnologia, quer nas formas tradicionais de subsistência, também essa atividade vem afetando gravemente o meio ambiente. A erosão e o esgotamento dos solos, desertificação, as consequências dos usos de pesticidas, grande utilização de recursos hídricos, eutrofização e salinização dos solos causados pela irrigação são apenas alguns dos impactos ambientais causados pela agricultura.

A Revolução Industrial mudou profundamente o espaço geográfico e com ela cresceram as cidades, o consumo, as populações urbanas. As cidades foram se transformando seguindo as necessidades da indústria, principalmente a necessidade de lucro. Essa mudança também gerou diversos problemas ambientais tais como a contaminação das águas, poluição atmosférica, sonora e visual, o surgimento das “ilhas de calor” e a inversão térmica. Esse padrão de comportamento humano também está ligado ao efeito estufa e ao aparecimento e aumento de buracos na Camada de Ozônio.

A Terra é a nossa única certeza de morada e mesmo assim, a humanidade a tem destruído. Todos nós somos responsáveis, direta ou indiretamente, pela poluição ambiental e cabe a todos nós, em especial aos governos, ações a fim de minimizar os estragos causados ao planeta através de uma ocupação e utilização dos recursos de forma consciente e sustentável.

Trazendo essa problemática para o Brasil, é possível perceber que desde sua colonização as terras brasileiras foram ocupadas de forma predatória onde o principal objetivo era subtrair o máximo possível de riquezas e envia-las à Europa sem a menor preocupação com possíveis danos ambientais. Essa cultura de descaso com a natureza se enraizou na sociedade brasileira ao longo desses mais de cinco séculos de ocupação do território. Pode-se comprovar isso ao se analisar os diversos ciclos econômicos do Brasil, desde a exploração do pau-brasil até as atividades econômicas atuais, o que se vê é a destruição de riquezas naturais em nome do lucro e da acumulação de capitais. Embora o Brasil ainda esteja longe de atingir os padrões de consumo dos países desenvolvidos, graves problemas ambientais já aparecem.

É possível tomar nota de alguns equívocos históricos em terras tupiniquins, por exemplo: a ocupação humana praticamente dizimou a Mata Atlântica e na medida em que ocorre a expansão para o oeste, novas fronteiras agrícolas vão sendo abertas e a Amazônia e o Cerrado já sofrem as consequências deste “crescimento”. Além disso, o descaso com a água é crônico, mais de 60% das residências brasileiras não possuem saneamento básico, algo diretamente ligado a saúde da população. Sendo assim, tratamento de esgoto não deve ser considerado como gasto, mas sim como investimento, por que se por um lado há um custo para canaliza-lo e trata-lo, existe uma economia muito mais em internações hospitalares relacionadas a insalubridade e ao consumo de água contaminada, isso sem falar no bem estar dos cidadãos. Os centros urbanos do Brasil pagam um alto preço pela desatenção e falta de planejamento. A industrialização e crescimento desordenados e a priorização do transporte individual tem deixado o ar das grandes cidades brasileiras praticamente irrespirável.

Outra grave situação são os problemas sociais do Brasil. Mesmo sendo um dos países que mais produzem do mundo a maior parte da população não compartilha dessa opulência. A concentração de renda nas mãos de poucos brasileiros é gritante e isso também pode ser notado na má distribuição das terras do país. É necessário que o Brasil cresça entre 6% e 7% a.a. para gerar empregos necessários aos que ingressam no mercado de trabalho, diminuir os estoques de desempregados e melhorar os padrões de vida da população. A reforma agrária também se faz indispensável para o bem estar da população, pois geraria empregos no campo, multiplicaria a renda no interior e aumentaria a produção. Porém esse crescimento pode ser alcançado através da perpetuação do capitalismo selvagem ou investindo em ideias, cultivos e empreendimentos que assegurem a preservação ambiental, isso é uma questão de escolha.

O Brasil tem em seu território continental a solução para dois dos mais graves problemas da humanidade: o energético e o ecológico. É importante criar mecanismos para a sustentabilidade da produção agrícola - sem duvida uma das bases de geração de riquezas do país – para a criação de cidades auto-sustentáveis – que apliquem a arquitetura ecológica, promovam o saneamento e a saúde da população e priorizem o uso de transportes coletivos e não poluentes – e ainda, proteger os mananciais de água utilizar fontes renováveis de energia limpa e melhor aproveitamento dos recursos energéticos. Enfim, para crescer o Brasil precisa aliar o desenvolvimento sustentável e a eliminação das diferenças sociais históricas da população compreendendo a importância da biodiversidade, de sua base de recursos naturais e a disponibilidade de terras agricultáveis.

A educação ambiental da sociedade, e isto se aplica a todas as populações do mundo, é de suma importância na solução dos problemas ambientais atuais, a fim de que as próximas gerações possam viver em um planeta habitável, pensamento correto de Amabis e Martho em Fundamentos da Biologia Moderna, que deveria ser compartilhado por todos.

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